Morre aos 63 anos o pensador e ativista quilombola Nêgo Bispo
Antônio Bispo dos Santos deixa legado marcante e expressivo como intelectual e ativista quilombola
Nego Bispo morre aos 63 anos / Foto: Guilherme Fagundes
Morreu ontem, 3 de dezembro, aos 63 anos de idade o pensador quilombola Antônio Bispo dos Santos, também conhecido como Nêgo Bispo. Ele atuou nos movimentos sociais e em organizações de defesa de quilombolas.
Ele desmaiou em uma área de lazer na comunidade quilombola Saco Cortume, em São João do Piauí, sendo levado ao hospital regional do município, mas não resistiu. A causa da morte foi uma convulsão seguida por parada cardíaca.

Amigos da Comunidade Quilombola Saco Curtume relataram que Nêgo Bispo enfrentava diabetes e apresentava debilidade na saúde nos últimos dias.
Nêgo Bispo é reconhecido como um dos principais pensadores do tema comunidades tradicionais no Brasil, autor de livros, artigos e textos que abordam a resistência negra quilombola, a relação do humano com a natureza, a sabedoria dos povos tradicionais e a defesa do direito a terra pelas comunidades tradicionais, entre outros assuntos
A Ministra Anielle Franco expressou seu pesar pela perda em suas redes sociais, publicando uma nota de condolências.

O legado de Nêgo Bispo permanece como um importante referencial nas discussões sobre questões étnicas e ambientais, influenciando o cenário intelectual e ativista.
Quem era Nêgo Bispo
Nêgo Bispo nasceu em 10 de dezembro de 1959 no então povoado Papagaio, atualmente município de Francinópolis-PI. Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Francinópolis e diretor da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Piauí (Fetag).

É reconhecido como um dos principais pensadores do tema comunidades tradicionais do Brasil. Escreveu os livros “Quilombo, Modos e Significados” e “Colonização Quilombos: Modos e Significados”, além de vários outros artigos, também dirigiu o filme-documentário “O Jucá da Volta”, em parceria com o IPHAN.
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Nota de pesar do Sinte-PI/Foto: Divulgação.
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