Lula classifica operação no RJ como desastrosa e apoia investigação da PF

De acordo com o presidente, houve uma ordem de matança e os corpos foram enterrados sem perícia

Lula critica operação no Rio de Janeiro / Foto: divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (04/11), a participação da Polícia Federal (PF) nas investigações das 121 mortes registradas durante a megaoperação realizada na semana passada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Segundo chefe do Executivo, a ação foi “desastrosa” e uma “matança”.

A Operação Contenção foi realizada no dia 28 de outubro e resultou na morte de 117 suspeitos e quatro policiais. Para o presidente, apesar de parte da população considerar a operação bem-sucedida pelo número de mortes, do ponto de vista da atuação do Estado, o resultado foi negativo. 

“O dado concreto é de que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortos, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da atuação do estado, eu acho que foi desastrosa”, disse Lula.

A opinião pública do presidente foi dada durante conversa com jornalistas em Belém (PA), onde participa de agendas para a COP30. Lula afirmou que o governo tenta garantir a atuação da PF nas apurações, incluindo a participação de legistas federais para fazer perícias nos corpos que, segundo ele, foram enterrados sem investigação de outro órgão.

“A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança. E houve matança. Eu acho que é importante a gente investigar em que condições ela se deu. Porque, até agora, nós temos uma versão, contada pela polícia, contada pelo governo do estado, e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, completou o presidente.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou na última quinta-feira (30/10), o envio de 20 peritos criminais da PF ao Rio de Janeiro para reforçar as investigações. De acordo com o governo federal, esses profissionais atuarão na análise de cenas de crime, exames de balística e genética forense, identificação de DNA, medicina legal, necrópsia e reconhecimento de corpos.

Fonte: g1