TJ determina devolução de valor que teria sido extorquido por promotor de justiça
Promotor e assessor são acusados de exigir dois milhões de reais para arquivar uma investigação
Justiça determina devolução de dinheiro a empresário / Foto: divulgação
O Tribunal de Justiça do Piauí determinou a devolução de R$ 897.950 ao empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa, que teria sido extorquido pelo promotor Maurício Verdejo. A decisão foi proferida pelo desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas no dia 1º deste mês, autorizando a transferência do valor apreendido para uma conta empresarial do empresário, que atuou como vítima em um esquema de extorsão conduzido pelo promotor.
Após a apreensão do dinheiro, Maurício Verdejo foi afastado de suas funções na 6ª Promotoria de Picos, impedido de acessar as dependências do Ministério Público do Piauí enquanto responde ao processo judicial. Além disso, o órgão de correição do MPPI iniciou uma análise das atividades conduzidas por Verdejo, investigando as instâncias onde ele atuava como representante do Ministério Público.

A devolução dos valores foi solicitada pela defesa de Junno Pinheiro e endossada pelo Ministério Público, sendo deferida pelo desembargador Ricardo Gentil. A decisão determinou que o montante fosse transferido da conta judicial para uma empresa de propriedade do empresário, possibilitando a recuperação parcial do valor que, segundo ele, foi extorquido.
O caso ganhou visibilidade após a Operação Iscariotes, da Polícia Federal, deflagrada em agosto deste ano, na qual Maurício Verdejo foi acusado de exigir R$ 2 milhões de Junno Pinheiro para arquivar um procedimento investigatório na 6ª Promotoria de Picos, onde atuava como titular.
De acordo com as investigações, a extorsão teria sido feita em duas parcelas de R$ 500 mil, sendo a primeira entregue em 2 de agosto na residência do promotor, em Teresina, e a segunda em 7 de agosto.
Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 900 mil na residência de Verdejo, valor que seria parte do montante extorquido de Junno Pinheiro. Além disso, a PF encontrou R$ 600 mil na casa do assessor do promotor, além de R$ 10 mil que teriam sido repassados por terceiros. A Justiça agora ordenou que o montante seja restituído ao empresário.
Segundo a Polícia Federal, a exigência inicial feita por Verdejo ao empresário era de R$ 2 milhões. A quantia teria sido solicitada como condição para que um procedimento investigatório fosse arquivado na promotoria de Picos. As investigações revelaram que o promotor e seu assessor teriam planejado receber o montante de forma fracionada, com as primeiras parcelas entregues no início de agosto.
Fonte: Portal AZ
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