• Quinta-Feira, 30 de Outubro de 2025

Sindicato dos Médicos realiza protesto e diz que governo prefere gastar com publicidade

Categoria realizou uma manifestação contra os desvios públicos e, defendeu reajuste salarial e o SUS

Médicos realizam protesto contra governo do estado / Foto: divulgação

Na manhã desta quinta-feira (30/10), o Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI), ao lado do Sindicato dos Servidores da Saúde Pública do Piauí (SINDESPI) e do Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Estado do Piauí (SINFITO-PI), realizaram uma manifestação na Avenida Frei Serafim, em frente ao Hospital Getúlio Vargas, no Centro de Teresina.

As categorias defendem o reajuste salarial, criação de concurso público e criticaram as Organizações Sociais de Saúde (OSS), empresas privadas contratadas pelo governo para gerenciar a saúde pública. Segundo a presidente do SIMEPI, Lúcia Santos, a categoria tentou dialogar com a Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI), mas eles afirmaram que as Organizações Sociais iriam continuar administrando os hospitais públicos. Segundo ela, o governo utiliza da saúde para desviar dinheiro para publicidade.

Médicos realizam protesto contra governo do estado/Foto: Divulgação.
 

“Nós não podemos aceitar isso. Contra o desvio de dinheiro e o concurso público já, porque é a única forma de evitar esse sucateamento. Usar saúde como moeda de troca, botar o serviço público por amizade, por interesse. A primeira coisa que a gente fez, foi procurar conversar e na verdade nós fomos surpreendidos com o não, dizendo que ia ser administrado por OSS mesmo e assim eles fizeram. Então todo dia a gente vê dinheiro sendo desviado, também desviados do erário por publicidade e quando a população acordar, nem a fantasia, nem a ludibriação mais vai ter”.

De acordo com a médica, o governo está fazendo uma maquiagem na saúde, e encolhendo o Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.

“A situação na saúde pública nunca esteve tão ruim. Nós estamos assistindo uma maquiagem na saúde pública, o SUS está encolhendo, vão acabar com o SUS. Então nós estamos lutando para o concurso público, quanto aos desvios de dinheiro que saem da saúde pública através dessas OS, que teoricamente era o pra administrar melhor e o que a gente vê é o contrário. Milhões e milhões sendo desviados e a saúde sucateada para quem trabalha e para quem dela precisa, procura atendimento”, pontuou.

Médicos realizam protesto contra governo do estado/Foto: Divulgação.
 

Além disso, o SINDESPI também denunciou práticas de abuso moral dentro dos hospitais por parte da administração, além da falta de medicamentos e condições precárias de trabalho.

“Essas empresas que estão administrando esses hospitais, humilha os servidores, tem casos de assédio moral dentro de hospitais, da humilhação, não tem medicamento, não tem condição de trabalhar. Mas tem que aguentar calado, sem falar nada. Tem que dizer amém para o patrão, tem que dizer amém para os gestores. O governador já está terminando o mandato dele, ele nunca teve coragem de chamar a entidade para negociar. Não tem compromisso com a categoria e com a população. Porque é o serviço essencial da saúde, é o médico, é o enfermeiro, é o porteiro, é o servente, é quem toma de conta da saúde, é quem cuida da vida de cada um”, afirmou Maria Trindade, diretora do SINDESPI.

De acordo com Maria Trindade, a categoria tentou um diálogo com Wellington Dias, ainda em seu primeiro mandato como governador, mas nem no governo dele, e nem nos governos seguintes, houve um debate sobre as reivindicações do sindicato. Segundo ela, a classe luta por reajuste salarial e progressões na carreira.

Médicos realizam protesto contra governo do estado/Foto: Divulgação.
 

“Em cada dois anos, tinha que ter avaliação de desempenho, ter reajuste. Só que nunca aconteceu nada disso. A gente vem mudando de governo e a pauta, nunca chegamos ao final dessa pauta. Não teve progressão, não teve promoção. E o operacional de serviços, nem no plano entrou. Os aposentados e pensionistas não estão no plano, não tem reajuste, estão com o salário mínimo e nós temos que pagar imposto de renda, contribuir com a previdência, pagar IAPEP e PLAMTA, aí fica quase sem nada”

Segundo ela, o sindicato tentou negociar com o governador Rafael Fonteles (PT) e com o secretário de Saúde Antônio Luiz, mas nenhum dos dois se mostrou aberto para diálogo.

Médicos realizam protesto contra governo do estado/Foto: Divulgação.
 

“O governo atual, que era o governo que foi o Wellington Dias que indicou, já está terminando o mandato dele, e ele não senta com as categorias, não negocia, o secretário também de saúde não senta para negociar, não atende de jeito nenhum”

Fonte: OitoMeia

Compartilhe:

Comentar

0 Comentários

  1. Nenhum comentário registrado para esta matéria. Seja o primeiro!

Veja Também