• Quarta-Feira, 12 de Novembro de 2025

Corpo de paciente que morreu em UPA do Piauí é mantido em banheiro por falta de necrotério

Fato ganhou destaque após a imagem do cadáver envolvido em lençóis no local sair nas redes sociais

Corpo de paciente morto no banheiro da UPA / Foto: divulgação

O corpo de um paciente que faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí, foi mantido dentro de um banheiro devido à falta de um necrotério adequado. A situação ganhou destaque nesta semana após a imagem do cadáver, envolvido em lençóis no local, circular nas redes sociais.

Um funcionário da unidade, que preferiu não se identificar, confirmou que o caso ocorreu na última quinta-feira (6). Segundo ele, na ausência de um local apropriado, quando há óbitos, o corpo também pode ser deixado em leito com outros pacientes ou em corredor de pouco fluxo enquanto aguarda a remoção.

“Todos os óbitos que vêm acontecendo ou são trancados no banheiro ou permanecem no leito junto com outros pacientes ou colocam em corredor sem muito fluxo de pessoas”, relatou o profissional.

Ele também ressaltou a falta de pessoal para o manejo do paciente morto, afirmando que a UPA demitiu os maqueiros.

“Não existem mais maqueiros para fazer esse serviço, demitiram todos. Quem está fazendo esse papel é o pessoal da enfermagem”, afirmou.

Ação judicial e alerta sanitário

Há cerca de um mês, a 2ª Vara da Comarca de São Raimundo Nonato emitiu um parecer favorável a uma ação movida pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI). A ação se baseou em um relatório da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) que classificou a situação do local como inaceitável.

A Justiça estabeleceu um prazo de 60 dias para que a direção da UPA tomasse providências para obter o licenciamento sanitário. Além disso, a Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD) deveria apresentar o procedimento licitatório para realizar uma reforma na unidade.

Outro lado

A Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD), organização social responsável pela gestão da UPA, se manifestou sobre o ocorrido. A entidade esclareceu que a sala que funcionava como necrotério foi cedida ao Instituto de Medicina Legal (IML), a pedido do Ministério Público (MP), para dar suporte aos procedimentos periciais.

Desde então, uma sala desativada foi adaptada para as atividades, seguindo as normas de segurança, segundo a SBCD.

Fonte: Clubenews

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