• Domingo, 06 de Julho de 2025

Senadores reagem à discurso de Bolsonaro em cadeia nacional de rádio e TV

Os parlamentares disseram que o discurso do presidente Jair Bolsonaro vem com 432 dias de atraso

Pronunciamento em cadeia de rádio e TV / Foto: TV Brasil

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na noite desta quarta-feira (2), exaltando as vacinas adquiridas pelo Brasil, seria não uma mudança de postura do chefe do Executivo, mas sim do esforço da CPI da Covid em torná-lo responsável pela desastrosa campanha de combate à doença. 

A opinião é do presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), do vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e endossada por outros seis senadores.

"Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse recuo vem tarde demais", escreveram os parlamentares, minutos após o discurso de Bolsonaro ser encerrado em cadeia de rádio e TV.

Os parlamentares disseram que o discurso vem com 432 dias de atraso. "A inflexão do presidente da República celebrando vacinas contra a covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso". iniciam a mensagem. "O Brasil esperava esse tom em 24 de março em 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de 'gripezinha'."

Assinam a carta, além do trio, os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Braga (MDB-AL), titulares da CPI, além dos suplentes Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE).

Nota pública dos seandores/Foto: Reprodução.
 

O discurso do presidente

Em discurso na noite desta quarta-feira, o presidente da República Jair Bolsonaro defendeu a realização da Copa América no Brasil, e voltou novamente a se colocar contra políticas de distanciamento social para o combate à pandemia da covid-19. O Brasil registra, atualmente, mais de 460 mil mortos em decorrência do coronavírus.

"O nosso governo não obrigou ninguém a ficar em casa. Não fechou comércio, não fechou comércio e não fechou igrejas e escolas, e não tirou o sustento de trabalhadores informais", disse o presidente. Em um momento em que a CPI da Covid pressiona o governo por sua ação no combate ao coronavírus, Bolsonaro voltou a reproduzir informações distorcidas sobre a vacinação em território nacional, e disse que o maior compromisso, dele e da equipe de 22 ministros do governo, é com  a liberdade.

O presidente evitou atritos diretos com governadores, mas atacou indiretamente o governador paulista João Doria (PSDB), ao se referir à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), de controle federal. "Essa Companhia socorreu nossos irmãos de Aparecida e Araraquara, entre outras cidades do interior de São Paulo, doando dezenas de toneladas de alimentos", disse, em seu discurso.

O discurso em rede nacional, que durou cerca de cinco minutos, foi acompanhado por panelaços em capitais brasileiras. Mais cedo, parlamentares convocaram manifestações simbólicas  nas redes sociais.
 

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