Comunidade reage à proposta do prefeito Pablo Santos de fechar escola do Morro da AABB
Moradores garantem que vão bater panela em frente à Prefeitura de Picos caso proposta siga adiante
Moradores do Morro da AABB protestam contra fechamento de escola / Foto: José Maria Barros
POR JOSÉ MARIA BARROS/INFORMA PICOS
Moradores do Morro da AABB realizaram no final da tarde deste domingo, 16 de fevereiro, uma manifestação de protesto contra a proposta do prefeito de Picos Pablo Santos (MDB), de fechar a Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, localizada no bairro.
O protesto pacífico foi realizado em frente à escola e reuniu alunos, pais de alunos e representantes da Associação de Moradores do bairro Morro da AABB.
Alunas portavam faixas condenando o fechamento da escola, cujo prédio foi construído pela comunidade há mais de 20 anos e pertence à Paróquia do bairro Junco. A Prefeitura de Picos paga apenas o aluguel mensal do imóvel.
“Todas as crianças têm direito a estudar na escola da comunidade! Fechar escola é crime! SOS! Todos contra o fechamento da Escola Nossa Senhora Aparecida!” – São frases contidas nos cartazes em mãos dos alunos que participaram da manifestação de protesto neste domingo.
Segundo vários moradores presentes à manifestação, durante a campanha eleitoral do ano passado, o então candidato Pablo Santos esteve pedindo votos no Morro da AABB e, ouviu um único pedido da comunidade, que não fechasse a escola.
Os moradores disseram que Pablo Santos, agora prefeito de Picos, além de se comprometer com a comunidade de não fechar a Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, teria prometido ampliá-la. Agora, menos de dois meses à frente do Palácio Coelho Rodrigues parece que mudou de opinião.
Os moradores do Morro da AABB disseram a reportagem do Informa Picos que, caso o prefeito Pablo Santos prossiga com a proposta de fechar a Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, eles irão bater panela em frente à Prefeitura.
Depoimentos
Ereuda Moura, mãe de uma aluna de seis anos que estuda na escola, disse que a comunidade está reivindicando a manutenção da unidade no bairro. Ela denunciou que até o momento não apareceu ninguém da Prefeitura e nem da Secretaria Municipal da Educação para falar com a comunidade.
“Estamos esperando a presença dos gestores para uma reunião com a comunidade e vamos defender a permanência da escola, que tem mais de 20 anos que funciona. Possui um bom prédio, bons professores e uma boa gestão e estamos esperando uma resposta de continuar com a escola aberta” – cobrou.
Eliene, que faz parte do conselho e é mãe de aluno, disse que estava ali para cobrar o não fechamento da escola, porque lá estudam mais crianças pequenas e esse deslocamento delas para outro colégio, que não sabem aonde será, caso seja no Catavento, sabem do risco da travessia da pista, inclusive, já foram registrados acidentes com crianças do bairro.

“Nós queremos que essa escola permaneça funcionando, tendo em vista que 2024 foi o melhor ano da unidade, com gestão de qualidade onde alunos se destacaram graças à qualidade do ensino das professoras. Por isso apelamos aos gestores que deixem nossa escola funcionando. Trata-se do único bem público que temos em nosso bairro, que não dispõe de posto de saúde, praça ou quadra esportiva” – conclamou.
Justino João de Sousa é o presidente da Associação de Moradores do Morro da AABB e, mesmo enfrentando problemas de saúde, fez questão de participar da manifestação contra o fechamento da Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida.
“Nós construímos essa escola, pois, na época estavam acontecendo muitos acidentes quando os alunos eram deslocados para o outro lado da pista. Hoje as mães trabalham e têm que deixar seus filhos no próprio bairro. Nós lutamos para eleger o prefeito e hoje ele está querendo fazer isso com a comunidade. Não concordo com isso e vamos lutar até o fim para que isso não aconteça” – anunciou Justino Sousa.
Edilberto Valentim da Silva, vice-presidente da Associação de Moradores do Morro da AABB, também se manifestou e considerou a proposta do prefeito Pablo Santos um ponto fora da curva, pois, a comunidade nunca teve um colégio construído pelo município.
“Essa escola foi construída pelos próprios moradores e é referência!” Daqui já saiu médico, enfermeiro, muitas pessoas qualificadas que hoje estão no mercado de trabalho. Não adianta ter escola em tempo integral, se não tiver qualidade” – ensinou.
A justificativa apresentada pela Secretaria Municipal de Educação de que vai fechar as escolas com número reduzido de alunos, não bate com a realidade da Escola Nossa Senhora Aparecida, no Morro da AABB. Lá, segundo a comunidade, existem mais de 100 alunos, por isso recomendam a gestão a procurar outros motivos.
Outro lado
Segundo a asssssoria do prefeito Pablo Santos (MDB), o fechamento das escolas se justfica em razão de que em Picos vai haver uma nucleação. As escolas multissriadas irão para um polo e passarão a ser de tempo integral. Para isso, a prfetura vai oferecer tansporte, merenda e estrutura para os alunos.
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