• Sexta-Feira, 12 de Dezembro de 2025

Câmara aprova suspensão de seis meses do mandato de Glauber Braga

A punição ao parlamentar do Psol do Rio foi aprovada por 318 votos a 141, além de três abstenções

Deputado foi afastado do mandato por seis meses / Foto: divulgação

A Câmara dos Deputados decidiu, nesta quarta-feira (10), suspender por seis meses o mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). A punição foi aprovada por 318 votos a 141, além de 3 abstenções, após parlamentares acatarem uma emenda apresentada pelo PT que substituiu a cassação prevista no relatório do Conselho de Ética.

Braga foi denunciado pelo partido Novo por quebra de decoro parlamentar, após ter expulsado, com empurrões e chutes, o então integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, do interior da Câmara, em abril do ano passado. O episódio foi filmado e divulgado nas redes.

Durante a sessão, o deputado afirmou que reagiu depois de reiteradas provocações e ofensas dirigidas a ele e à sua mãe, que enfrentava Alzheimer em estágio avançado. Em discurso emocionado, Braga disse não se arrepender de sua atitude e declarou que, caso fosse cassado, isso ocorreria por sua atuação crítica no Parlamento e não pelo episódio em análise.

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), esposa de Braga, também se manifestou, argumentando que a cassação poderia incentivar novos episódios de provocação planejada contra parlamentares.

O relator no Conselho de Ética, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), afirmou que cabia ao plenário confirmar a decisão colegiada, sem se aprofundar no debate sobre o incidente. Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que a cassação deveria ter sido mantida, argumentando que Braga teria histórico de ataques pessoais a outros parlamentares.

Kim Kataguiri (União-SP), que integra o MBL, avaliou que agressões físicas não devem ser toleradas, mas apoiou a suspensão como alternativa.

A possibilidade de votação remota dividiu opiniões. A líder do Psol, Talíria Petrone, criticou o modelo por permitir que deputados decidam sobre a perda temporária de mandato sem estarem presencialmente no plenário. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o procedimento, afirmando que ele amplia a participação parlamentar e segue as regras regimentais.

Com a aprovação do Projeto de Resolução 86/25, já promulgado como Resolução 32/25, Glauber Braga permanece afastado por seis meses, mantendo o mandato após o prazo da suspensão.

Fonte: Câmara dos Deputados

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