Bolsonaristas indicados por Ciro e Elmano ainda comandam a Embrapa no Piauí
Bancada federal do Piauí exige mudanças e cobra do governo abertura de um novo processo seletivo
Bolsonarista continua no comando da Embrapa-Piauí / Foto: divulgação
A exemplo de outros órgãos como a regional do ICMBio em Parnaíba, no litoral piauiense, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, no Piauí, com sede em Teresina, ainda está sob o comando de bolsonaristas indicados pelo senador Ciro Nogueira e pelo ex-senador Elmano Ferrer, ambos do Progressistas, quase um ano depois da posse do presidente Lula.
Servidores da empresa estão exigindo mudanças na diretoria. O mandato do atual gestor, Anísio Lima Neto, já se esgotou, mas ele continua no cargo mesmo tendo apoiado Bolsonaro e sido membro da equipe que elaborou o Plano de Governo do candidato a governador, Silvio Mendes, em 2022, junto a Paulo Vieira, chefe administrativo do órgão.
A bancada federal do Piauí, que compõe a base política do governo Lula, quer a abertura de novo processo seletivo no centro do Meio-Norte contando também com o apoio do governador Rafael Fonteles e do ministro Wellington Dias, ambos petistas.
A atual presidente nacional da Embrapa, Silvia Massruhá vai encarar esse desgaste? Das 44 unidades da Embrapa no Brasil, ao menos 30 têm como chefe-geral pesquisadores que passaram por uma avaliação técnica e escolha final no governo Jair Bolsonaro.
Os critérios técnicos são variados, mas também existem os subjetivos e é aí que entram as influências políticas de quem está à frente do governo naquele determinado momento. Anísio Lima Neto assumiu o cargo no Piauí em 2021 e encerra o mandato em 2023, mas, pelos critérios da empresa, pode ser prorrogado por mais dois anos.
Outro lado
Segundo informou a assessoria de Comunicação da Embrapa no Piauí, quando acaba o mandato do chefe-geral, geralmente é feita uma avaliação pela Diretoria para a prorrogação ou não do mandato. Por aqui, os chefes costumam ter seus mandatos prorrogados. O processo não costuma ser tumultuado e a escolha é feita de forma tranquila.
A Embrapa, atualmente, tem cerca de 9 a 10 chefes de Unidades com mandato nesta fase de término para avaliação sobre permanência ou não. Como eles são escolhidos por concurso, a Diretoria demora para avaliar, então, é comum o gestor ficar por meses ou quase um ano, por exemplo, nessa fase. Mesmo assim, as atividades são realizadas normalmente. O chefe não é obrigado a sair no dia ou mês que acaba o mandato. É feita uma espécie de prorrogação até que haja a recondução ou um novo concurso para escolha de um novo chefe.
Após o processo seletivo, os nomes dos aprovados são enviados para Brasília e é aí que entram os critérios subjetivos e indicações políticas. Na última seleção, três foram aprovados e os nomes dos três foram pra Brasília e o Anísio Lima Neto foi nomeado. As escolhas dos chefes da Embrapa geralmente não coincidem com o início de cada governo.
Fonte: Piauí Hoje
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