• Sábado, 05 de Julho de 2025

Padre Walmir conclui gestão sem pagar salário de dezembro a 300 servidores da Educação

Denúncia foi feita pela presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Picos, Lenice Sales

Padre Walmir aplica calote em servidores efetivos da Educação / Foto: José Maria Barros

POR JOSÉ MARIA BARROS/INFORMA PICOS

Em uma atitude repudiada pelos vários segmentos da sociedade civil organizada, o Padre José Walmir de Lima, sem partido, encerrou o seu mandato de prefeito de Picos na última quinta-feira, 31 de dezembro, sem pagar o salário referente ao mês de dezembro de 2020 a cerca de 300 servidores efetivos lotados na Secretaria Municipal de Educação.

A denúncia foi feita pela presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Picos (Sindserm), professora Lenice Sales de Moura, em entrevista ao jornalista Jonas Rocha, da Rádio Cidade Modelo FM.

Deúncia foi feita pela presidente do Sindserm, Lenice Sales/Foto: José Maria Barros.
 

No dia 31 de dezembro de 2020, o então secretário municipal de Educação, João de Deus Sousa, fez o repasse para o pagamento do salário dos professores. No entanto, alegou que o dinheiro não fora suficiente para pagar os servidores administrativos, como vigias, merendeiras, zeladoras e motoristas.

Como o repasse não fora feito, esses servidores administrativos lotados na Secretaria Municipal de Educação, ficaram sem receber o salário referente ao mês de dezembro de 2020, passando a dívida para o atual gestor, Gil Marques de Medeiros, o Gil Paraibano (Progressistas).

A sindicalista explicou que 60% do repasse do Fundeb é para pagamento dos professores e o restante o gestor pode utilizar de outra forma, como comprar material e também pagar servidores. 

Cerca de 300 servidores da Educação não receberam salário de dezembro/Foto: José Maria Barros.
 

“Na gestão anterior a prática era essa, pegar os 100% dos recursos do Fundeb e pagar somente servidores, todas as categorias. Infelizmente, no último mês de dezembro apenas os professores receberam e os administrativos até agora nada” – denunciou Lenice Sales.

Diante do problema causado pelo ex-prefeito Padre Walmir e, como a dívida é do município, a direção do Sindserm anunciou que iria procurar o novo gestor e buscar uma solução para o imposto, já que os servidores trabalharam e têm direito ao salário.

“A lei é clara! O servidor tem o direito de receber o salário, não importa quem seja o gestor. Se saiu um e entrou outro, ele assume esse débito e precisa pagar” – alertou a presidente do Sindserm.

Alegando que nunca teve acesso a folha de pagamento, a direção do Sindserm disse que não sabia precisar valores, mas, em número são cerca de 300 servidores vinculados a Secretaria Municipal de Educação que ficaram sem receber o salário referente ao mês de dezembro de 2020.

Ex-secretário municipal de Educação, João de Deus Sousa/Foto: Ascom.
 

Reincidente

Essa não foi a primeira vez que o Padre Walmir aplicou calote em servidores. Isso já havia acontecido no ano de 2014, quando ele era o vice-prefeito de Picos e ocupava a Secretaria Municipal de Educação. 

Na época, o Padre Walmir deixou de pagar os salários referentes aos meses de outubro e novembro aos professores e demais servidores contratados como vigias, zeladoras e merendeiras. O gestor chegou a garantir que efetuaria o pagamento dividido em parcelas, mas nunca cumpriu a promessa.

O próprio gestor informou na época que o valor das duas folhas de pagamento girava em torno de 1 milhão e 300 mil reais. Sempre que era questionado sobre o atraso, o Padre Walmir reconhecia o débito e garantia que iria viabilizar o pagamento, mesmo que fosse parcelado. Depois de reeleito e empossado, esqueceu o assunto e concluiu o mandato na última quinta-feira, 31 de dezembro, como se a dívida não existisse. 


Sindserm cobra do Padre Walmir destino do dinheiro dos servidores/Foto: Divulgação.


 

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