• Domingo, 28 de Abril de 2024

Vereadores da oposição recuam e desistem de ingressar com pedido de CPI na Câmara de Picos

Mesmo com o número legal de assinaturas, os vereadores desistiram de protocolar pedido da CPI

Vereador Afonsinho foi quem propôs a instalação da CPI / Foto: José Maria Barros

POR JOSÉ MARIA BARROS/INFORMA PICOS

Por motivos alheios a opinião pública, a bancada de oposição na Câmara Municipal de Picos recuou e desistiu de ingressar com pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cujo objetivo era investigar um suposto rombo deixado pela gestão passada do ex-prefeito, Padre José Walmir de Lima.

O pedido de instalação da CPI estava previsto para ser protocolado na Câmara Municipal de Picos na última segunda-feira, 14 de junho, no entanto, não se concretizou.

Mesmo com o número mínimo legal de assinaturas conforme a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara, os vereadores de oposição desistiram de protocolar o pedido. Não houve uma justificativa oficial para a tomada de decisão.

CPI iria investigar suposto rombo deixado pelo Padre Walmir/Foto: José Maria Barros.
 

Uma reunião para tratar sobre o pedido de instalação da CPI estava marcada para a tarde desta terça-feira, 15 de junho, mas, acabou suspensa pela ausência de ao menos dois vereadores da oposição. Outras reuniões haviam sido marcadas anteriormente, mas os parlamentares nunca chegaram a um consenso e a CPI morreu antes mesmo de ser instalada.

Assinaturas

Segundo apurou a reportagem do Informa Picos junto aos próprios vereadores de oposição, cinco deles assinaram o pedido de instalação da CPI, cujo teor foi preparado pela assessoria jurídica comandada pelo advogado Tiago Saunders Martins.

Chegaram a assinar o pedido os vereadores Afonso Guimarães, o Afonsinho; Hugo Victor, José Luís de Carvalho e Rinaldo Cabral, o Rinaldinho, todos do MDB, além de Wellington Dantas (PT). Deixaram de assinar o documento Valdivia Santos e Raimundo Nunes Ibiapino, o Renato, ambos do PT.

Iniciativa

Autor da proposta, o vereador Afonsinho disse que a CPI seria de interesse de todos os vereadores, inclusive os da situação, porém, nenhum deles demonstrou isso, assim como alguns da oposição, por isso o pedido não será protocolado.

Hugo Victor diz que haverá reunião quinta para tratar sobre o assunto/Foto: José Maria Barros.
 

Líder da bancada de oposição, Hugo Victor (MDB) preferiu não se manifestar sobre o destino da CPI. Anunciou, entretanto, que haverá uma reunião entre os vereadores na manhã da próxima quinta-feira, 24, para tratar sobre o assunto.

Entenda o caso

A iniciativa de articular o pedido de uma CPI partiu do vereador Antônio Afonso Santos Guimarães Júnior, o Afonsinho (MDB), após embate no plenário da Câmara Municipal de Picos na sessão ordinária do dia 20 de maio.
    
Afonsinho argumentou na sessão que vereadores de situação têm justificado algumas dificuldades da gestão atual por conta de altos débitos deixados pelo prefeito anterior, Padre José Walmir de Lima, dentre os quais mais de 9 milhões de reais da Saúde.

Sessão em que Afonsinho propôs a instalação da CPI/Foto: José Maria Barros.
 

Diante disso, o parlamentar propôs a criação de uma CPI para investigar onde esses recursos foram parar, se realmente utilizados em favor da população ou tiveram outra destinação.

Débito milionário

Em matéria publicada no Site Oficial da Prefeitura de Picos no dia 23 de fevereiro deste ano, com o título: “Prefeitura de Picos realiza pagamentos e negocia parcelamentos de débitos deixados pela gestão passada”, aponta um débito de R$ 19.693.811,17 herdados da gestão anterior, comandada pelo Padre José Walmir de Lima, sem partido.

Segundo o vereador Afonsinho, o foco da CPI seria investigar esse rombo que a atual gestão garante ter herdado da antecessora. Desse valor total de R$ 19.693.811,17, R$ 9.664.107,57 teriam sido deixados pela Secretaria Municipal de Saúde.

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