• Sábado, 18 de Maio de 2024

Suspeitas sobre Ciro Nogueira geram desgastes ao governo e incômodo entre militares

Auxiliares de Bolsonaro passaram a questionar custo de ceder a chave dos cofres públicos ao Centrão

Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro / Foto: Cristiano Mariz

A influência do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, sobre áreas estratégicas da máquina pública federal tornou-se um foco de desgaste para o governo desde a semana passada. Os problemas começaram com a divulgação da supostas irregularidades na gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), presidido por Marcelo Ponte, ex-chefe da gabinete do ministro. 

Além disso, na sexta-feira, a Polícia Federal concluiu que Nogueira praticou os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Esses últimos acontecimentos geraram um mal-estar no Palácio do Planalto, especialmente entre alguns integrantes da ala militar.

No entorno do presidente Jair Bolsonaro, a avaliação é que, no momento, o titular da Casa Civil segue inabalável no cargo, já que a sua saída poderia causar prejuízo político à campanha à reeleição de Bolsonaro, da qual ele é um dos coordenadores. No entanto, há uma preocupação sobre o efeito das suspeitas sobre a imagem do presidente, a cerca de seis meses da eleição. Auxiliares de Bolsonaro passaram a questionar o custo de ceder a chave dos cofres públicos a líderes do Centrão.

Embora ocupe um dos ministérios mais importantes do Executivo federal, Ciro Nogueira jamais encontrou respaldo entre a ala militar do governo. Presidente licenciado do PP, um dos pilares do centrão, Nogueira tomou posse em agosto do ano passado, dizendo que desempenharia o papel de "amortecedor" da administração Bolsonaro, pacificando as relações com os Poderes Judiciário e Legislativo. Sua chegada, porém, provocou uma perda de influência dos militares no Planalto. 

Os antecessores imediatos de Nogueira são de origem das Forças Armadas. Foram eles os generais da reserva: Luiz Eduardo Ramos (deslocado para a Secretaria-Geral) e Walter Braga Netto (depois transferido para a Defesa). Além disso, por ser um nome do Centrão, Nogueira não foi bem-visto por boa parte do núcleo ideológico bolsonarista, que era mais reticente a acordos com o bloco de partidos.
 

 

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