• Sábado, 18 de Maio de 2024

Queiroz depositou R$ 72 mil na conta de Michelle Bolsonaro enquanto era assessor de Flávio

Quebra do sigilo bancário, obtida pela revista

Jair Bolsonaro e a esposa, Michelle, durante a posse Foto / Foto: Jorge William

A quebra do sigilo bancário de Fabrício Queiroz, ex-asssessor do senador Flávio Bolsonaro na época em que ele era deputado estadual no Rio, mostra que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu R$72 mil em sua conta em cheques depositados pelo ex-funcionário entre 2011 e 2018. 

Em dezembro de 2018, relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), referente aos anos de 2016 e 2017, revelou o repasse de R$ 24 mil de Queiroz para a primeira-dama. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o valor total seria, na verdade, R$ 40 mil, e que a justificativa seria o pagamento de um empréstimo. Os dados foram divulgados pela revista "Crusoé" e confirmados pelo GLOBO.

Os extratos bancários mostram que pelo menos 21 cheques foram depositados na conta de Michelle. Ela recebeu de Queiroz três cheques de R$ 3 mil em 2011, seis cheques no mesmo valor em 2012 e mais três de R$3 mil em 2013. Em 2016, foram mais nove depósitos, totalizando R$ 36 mil. Segundo a "Crusoé", os cheques foram compensados em 25 de abril, 19 e 23 de maio, 20 de junho, 13 de julho, dois em 22 de setembro, 14 de novembro e 22 de dezembro.

Além das transferências feitas por Queiroz à primeira-dama, a mulher do ex-assessor, Márcia Aguiar, depositou pelo menos quatro cheques na conta de Michelle em 2011, no valor total de R$ 11 mil. A informação foi revelada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e também confirmada pelo GLOBO.

No período da quebra de sigilo, Queiroz recebeu em sua conta R$1,6 milhão de salários da PM e da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), R$2 milhões em 483 depósitos de servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro enquanto ele era deputado estadual e R$ 900 mil depositados em dinheiro em espécie sem identificação. No total, o ex-assessor recebeu 6,2 milhões entre 2007 e 2018.

Os extratos não apontam nenhum depósito de Jair Bolsonaro na conta de Queiroz.

Após a publicação da reportagem pela "Crusoé", o Ministério Público do Rio divulgou uma nota em que diz que "a primeira-dama não faz parte do escopo das investigações sobre a prática de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia do Estado do Rio de Janeiro, que seguem normalmente, sob sigilo, a cargo do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), por designação do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem".

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