Piauí lidera desmatamento da Mata Atlântica no país
Dados mostram estado na contramão do país, que reduziu 27% no desmatamento no mesmo período
Área desmatada / Foto: Divulgação/SOS Mata Atlântica
O Piauí liderou o desmatamento da Mata Atlântica no país, com 42% do desflorestamento total em 2022-2023, com duas cidades representando 95% da área desmatada no estado e encabeçando o topo da lista dos 10 municípios com maiores áreas devastadas no Brasil.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21), pela Fundação SOS Mata Atlântica, com base no Atlas da Mata Atlântica e no Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, e mostram o estado na contramão do país, que teve redução de 27% no desmatamento no mesmo período.
Procurada, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh) afirmou que, apesar do aumento, embargou 99% dos alertas ilegais de 2022 e 2023 em áreas de mata atlântica no estado, além de outras ações de combate à situação.
O bioma, apontado como um dos prioritários no mundo para ser restaurado, está presente em 17 estados e teve redução no desflorestamento na maior parte deles. Com destaque para Minas Gerais (MG), Paraná (PR) e Santa Catarina (SC), que tiveram queda de 57%, 78% e 86%, respectivamente.
O Piauí e outros três estados, Ceará (CE), Mato Grosso do Sul (MS) e Pernambuco (PE), acumularam 90% do desflorestamento registrado no país. O Piauí registrou 6.192 hectares devastados, quase o dobro de MG, segundo colocado em área, com 3.193 ha, mas que registrou redução em comparação ao passado.
Os 10 municípios com maiores áreas desflorestadas acumularam 30% do desflorestamento total do país. As cidades vizinhas de Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia, no Piauí, lideraram a lista e representam 95% da área devastada no estado. As demais cidades estão localizadas nos estados do MS, BA e MG.
Segundo a SOS Mata Atlântica, a contraposição entre os estados que tiveram redução e os que tiveram aumento no desflorestamento se deve ao aumento das derrubadas em regiões de transição de biomas e encraves (vegetação diferenciada em uma paisagem dominante) no Cerrado e na Caatinga.
Isso acontece principalmente no Piauí, BA e MS, majoritariamente onde há expansão agrícola. A fundação afirma que também há relação com a aplicação da Lei da Mata Atlântica, que protege a vegetação nativa do bioma, que é contestada e não aplicada de forma rigorosa nessas regiões.
Os dados completos e detalhados estão disponíveis no relatório do Atlas da Mata Atlântica 2022-2023 e no painel do SAD Mata Atlântica.
Fonte: G1
Nenhum comentário registrado para esta matéria. Seja o primeiro!