Moradores de Tabatinga protestam contra proposta de fechar a escola da comunidade

Protesto aconteceu nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, durante sessão na Câmara Municipal de Picos

Comunidade de Tabatinga protesta contra fechamento de escola / Foto: José Maria Barros

POR JOSÉ MARIA BARROS/INFORMA PICOS

Moradores da comunidade de Tabatinga, na zona rural de Picos, realizaram nesta quinta-feira, 20 de fevereiro manifestação de protesto contra a proposta do prefeito Pablo Santos (MDB) de fechar a escola da comunidade.

Fundada em setembro de 1985, a escola municipal Manoel da Cruz Lima Sobrinho, em Tabatinga, foi reformada em 2022 e conta com uma boa estrutura. Por isso, segundo a comunidade, não existe qualquer justificativa para que o prefeito Pablo Santos queira fechá-la.

Segundo a proposta da Secretaria Municipal de Educação que está em curso, os alunos de Tabatinga serão transferidos para Escola Nossa Senhora dos Remédios, em Torrões, cuja estrutura não comporta nem os anseios da própria comunidade sede.

Depoimentos

Francisco José Pereira tem um filho que estuda no colégio de Tabatinga e, se manifestou contrário à proposta da gestão municipal, ao tempo em que contestou a estrutura do colégio do povoado Torrões, destino dos alunos da escola Manoel da Cruz Lima Sobrinho.

“Não tem cabimento levar esses alunos para o colégio dos Torrões! Eu trabalhei lá dois anos e faz algum tempo que parte do colégio caiu. Tem um muro lá que está para cair, tenho prova porque trabalhei lá. Para levar os alunos para quadra tem que passar na pista. O colégio não tem qualquer estrutura para receber novos alunos” – alertou.

Segundo Francisco José, a comunidade não recebeu nenhuma justificativa para o fechamento da escola de Tabatinga e nem do Tabueiro dos Picos. “Prometeram fazer uma estrutura nos Torrões para levar esses alunos, mas como, se nem começaram a construir nada? Conheço a estrutura do colégio dos Torrões, trabalhei lá dois anos de vigia, são sete salas de aula, duas pequenas, não tem como colocar esses novos alunos” – advertiu.

“Queria pedir ao prefeito de Picos [Pablo Santos] que não fizesse isso não, porque ele foi votado não somente na sede, mas, também no interior. Somos todos contra a proposta de fechar a escola e estou aqui para lutar pela comunidade”- afirmou Francisco José Pereira.

Mãe de alunas
    
Rayla da Silva Alves mora na comunidade Cajazeiras, mas, suas duas filhas menores de idade estudam na Tabatinga. Segundo ela, a proposta da Secretaria da Educação não é fechar o colégio, mas, o ensino fundamental, os anos finais, a gestão quer tirar de lá e trazer para Torrões, cuja escola não tem estrutura para receber esses alunos.

Segundo Raila Alves, na escola de Tabatinga ficará funcionando apenas os anos iniciais do ensino fundamental, ou seja, o jardim, maternal, primeiro e segundo ano.

“Sou contra o deslocamento desses alunos! Se fosse para uma escola de estrutura até me calava, mas, em Torrões a escola está em péssimas condições, o portão está quebrado, não fecha. A quadra, onde as crianças fazem educação física, está cheia de mato. Então, cadê a estrutura das escolas que eles prometeram para nossos filhos? Não tem”.

Rayla Alves afirmou ainda que a comunidade vai continuar mobilizada contra a proposto do prefeito Pablo Santos. “As mães não querem que nenhum filho saia de lá e venha para Torrões. A gente não é contra educação de qualidade para nossos filhos, só que em Torrões não oferece essa qualidade. Tenho certeza. Muitos pais estiveram lá, visitaram o colégio e constataram o que estou dizendo” – ressaltou.

Por fim, Rayla Alves afirmou que a secretária de Educação mentiu para a comunidade de Tabatinga, pois, prometeu que antes de tomar qualquer medida em relação ao colégio teria uma reunião com os pais, mas, essa reunião não irá acontecer. “Ela já decidiu que não vai ter, vamos continuar lutando. Nós não queremos que nossos filhos venham para Torrões” – reafirmou.

“Faço um apelo a todos os vereadores e ao prefeito Pablo Santos em quem votei, porque ele prometeu mudança, mas, que mudança é essa? Quer tirar nossos filhos lá da Tabatinga, onde o colégio tem estrutura, câmera de segurança, detector de metais para colocar em Torrões que não tem nada disso? Uma mudança dessas não quero nem para meu pior inimigo” – desabafou Rayla Alves.

VEJA MAIS FOTOS DO PROTESTO!