Governo do estado corta ponto e desconta salário de professores da Uespi em greve
Pelo menos 64 professores em greve há 23 dias tiveram o corte de ponto no contracheque de janeiro
Uespi corta ponto de professores em greve / Foto: Cidade Verde
Pelo menos 64 professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que participam do movimento grevista, tiveram desconto em seus salários após o corte do ponto. Segundo a Associação dos Docentes da UESPI (ADCESPI), quase todos os membros da entidade e do comando de greve foram afetados.
“É uma novidade que também pode ser chamada de arbitrariedade e desumanidade, a gente traduz desse modo. Estamos em uma greve legal, é isso o que diz o poder Judiciário, e hoje fomos surpreendidos com o corte nos nossos salários”, disse Lucineide Barros, coordenadora-geral da entidade.

“Boa parte dessas pessoas que tiveram os salários cortados estão em regime de dedicação exclusiva na Uespi, portanto tem uma única fonte de renda, que é a condição de alimentar as suas famílias. Entendemos que não ha ninguém que possa deixar de compreender a gravidade desse ato”, completou.
Uma liminar do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) reconheceu a legalidade da greve dos professores da Uespi, desde que respeitado o percentual de 70% para a prestação dos serviços essenciais de educação. A ADCESPI garante que tem respeitado a decisão e cobra mais dialogo do Governo do Estado.
“O governador tem sido buscado recorrentemente para negociar com os professores e professoras, mas se nega a isso. Ao invés de realizar aquilo que é sua obrigação, dialogar com seus colegas servidores, faz é adotar essa medida” - declarou Lucineide Barros.

Os professores da Uespi, que reivindicam a recomposição de perdas salariais, está organizando, em conjunto com outras categorias do serviço, público que pleiteiam reajuste salarial, um ato público para a próxima semana. O movimento também deve reunir alunos e grupos sindicais.
“Terá a participação de diversos campi e estudantes, que também estão em greve em solidariedade aos seus professores e professoras, com a participação de várias organizações, em especial do movimento sindical, que também partilham essas mesmas reivindicações”, concluiu a sindicalista.
“Nós estamos reivindicando as perdas inflacionárias que estão acumuladas ao longo de 10 anos, que segundo os cálculos feitos em outubro de 2023, já estavam chegando em até 68,4%”, ressalta Lucineide.

Para comunicar o corte do ponto, a associação solicita que os professores que identificarem cortes em seus salários entrem em contato imediatamente com a assessoria jurídica da ADCESP.
O advogado do sindicato, Gustavo Amorim, informa que medidas jurídicas estão sendo elaboradas para denunciar o corte à categoria de professores.
Fonte: Ascom
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