Católicos de Picos celebram Festa da Exaltação da Santa Cruz na rua do Cruzeiro

Presidida pelo padre Pio, celebração aconteceu ontem à noite e reuniu expressivo número de devotos

Missa de Exaltação a Santa Cruz / Foto: José Maria Barros

POR JOSÉ MARIA BARROS/INFORMA PICOS

Dezenas de católicos participaram ontem à noite, 14 de setembro, da Festa da Exaltação da Santa Cruz. A celebração aconteceu na rua do Cruzeiro, centro de Picos, e foi presidida pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, padre Pio Feitosa.

Alguns dos presentes à celebração eram moradores da rua do Cruzeiro, atualmente tomada por comércios. Os demais vieram dos mais diferentes bairros de Picos.

Para que a celebração pudesse acontecer, parte da Rua do Cruzeiro foi interditada e foram colocadas cadeiras para acomodação dos fiéis. Foi montado também um pequeno palco onde o Padre Pio Feitosa comandou a missa.

Tradição retomada

A Festa da Exaltação da Santa Cruz voltou a ser celebrada na rua do Cruzeiro em 2022, cinquenta anos depois, e esse ano se repetiu com a presença de muitos devotos

A celebração da eucaristia no Cruzeiro data de 1913, quando ele foi erguido no local. A partir daquela data começou a veneração, onde as pessoas comparecem todo ano, fazem as suas orações, acendem velas e agradecem por graças alcançadas. 

Antes do início da celebração, uma ex-moradora da Rua do Cruzeiro leu a história daquele símbolo erguido no centro de Picos faz mais de 100 anos.

Histórico do Cruzeiro

A história do Cruzeiro começa em 1913, ano em que eram realizadas as Santas Missões no município de Picos. O momento contou com a participação de freis e padres vindos de fora.

Após o assassinato de um homem no trecho, crime que chocou a comunidade, o Bispo do Piauí, Dom Otaviano, ordenou que fosse cravado naquele local, um Cruzeiro, simbolizando a realização da Expedição Missionária, mas também a recordação daquele fatídico dia da morte brutal do indivíduo.

A primeira cruz colocada era simples e de madeira. Em decorrência das situações de queima, derrubada do cruzeiro, inundação em 1960, um morador identificado por José de Sousa Moura procurou o vigário Padre Madeira, a fim de solicitar ajuda da Igreja na edificação de um Cruzeiro de concreto e apoiado numa base reforçada.

Sem ajuda da igreja, que alegou não ter recursos, José de Sousa Moura e alguns vizinhos, dentre os quais Quincas Bezerra, Abraão da Luz, Pedro Claro, Zuzinha, Antônio da Luz, Pedro de Zeca, Zé Dimar construíram o Cruzeiro, ainda hoje ponto de referência em Picos.