TJ aceita denúncia contra promotor suspeito de cobrar propina de R$ 3 milhões
Órgão denuncia Maurício Verdejo de prevaricação, tráfico de influência e supressão de documentos
Sede do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí / Foto: divulgação
O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) aceitou uma denúncia contra o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior e seu ex-assessor André Ricardo Bispo Lima.
Eles são acusados de cobrar R$ 3 milhões do empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa para arquivar uma investigação e ajudar na absolvição em outro processo criminal.
Na denúncia, apresentada há um ano, no dia 2 de setembro de 2024, o promotor e o ex-assessor são acusados de concussão, prevaricação, tráfico de influência e supressão de documentos.
Segundo o Ministério Público do Piauí (MPPI), que apresentou a denúncia, os encontros entre os envolvidos aconteceram entre julho e agosto de 2024, em Cajueiro da Praia e Teresina.
O MPPI informou que, durante as negociações, o promotor disse ter influência no TJPI e em tribunais superiores, e que poderia “enterrar” provas e documentos sigilosos. As investigações apontam que, em 2 de agosto de 2024, o empresário foi até a casa do promotor para entregar parte do valor exigido.
Cinco dias depois, em 7 de agosto, o empresário voltou ao local e entregou R$ 500 mil. A Polícia Federal flagrou o encontro no condomínio do promotor. Em seguida, cumpriu mandado de busca e apreensão e encontrou R$ 896 mil na casa de Maurício Verdejo.
De acordo com as investigações, o ex-assessor André Ricardo colaborou com o promotor, orientando o empresário na redação de petições que seriam usadas para tentar arquivar o Procedimento Investigatório Criminal.
O promotor também é acusado de bloquear remotamente seu celular após a apreensão, impedindo a perícia de acessar os dados — o que motivou a acusação de supressão de documento.
Diante da gravidade do caso, o MPPI pediu a prisão preventiva de Maurício Verdejo e a perda do cargo público. Na denúncia, o órgão destacou que os crimes ferem a dignidade da função ministerial e violam os princípios da legalidade e da moralidade administrativa.
O processo segue em andamento, sob acompanhamento do Ministério Público.
Fonte: Clubenews
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