• Domingo, 28 de Abril de 2024

TCU aponta nepotismo cruzado a nomeação da filha do senador Wellington Dias

Na camaradagem com o deputado Vigilante (PT) o senador empregou a filha com salário de R$ 8 mil

Wellington Dias com a filha Yasmin / Foto: divulgação

O Tribunal de Contas da União considerou a prática de nepotismo cruzado envolvendo a nomeação da filha do senador Wellington Dias (PT), atual do ministro. Apesar de ser arquiteta e dona de empresa, Yasmin está na folha de funcionários da Câmara Distrital de Brasília recebendo salário acima de R$ 8 mil. 

O jornal O Estado de São Paulo pública extensa matéria sobre esse procedimento muito comum entre os políticos brasileiros, destacando que a área técnica do TCU identifica um potencial dano aos cofres públicos de R$ 632,3 mil.

Leia a matéria do Estadão: 

“A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou como “nepotismo cruzado” as nomeações envolvendo os filhos do ministro Wellington Dias (PT) e do deputado distrital Chico Vigilante (PT)”. Conforme revelou o Jornal O Estado de São Paulo, Iasmin Dias, filha de Wellington Dias, foi nomeada em 24 de janeiro no gabinete do parlamentar. Três meses depois, um dos filhos do deputado Chico Vigilante, Flávio Morais dos Santos, ganhou um cargo no gabinete da suplente de Wellington Dias no Senado. Os dois petistas têm uma relação próxima de amizade.

 Segundo o Tribunal de Contas da União, “A configuração do nepotismo cruzado não decorre diretamente de existir relação de parentesco entre a pessoa designada e agente político ou servidor público ocupante de cargo em comissão ou função comissionada, mas sim da presunção de que tal escolha para ocupar o cargo comissionado deu-se pelo fato de que uma relação de parentesco tenha potencial para interferir no processo de seleção”. 

A representação ao TCU foi feita pelo subprocurador da República Lucas Furtado, que também pediu investigações da Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República.

Ainda segundo o parecer do TCU, “Entende-se assim que a destacada condição pública do senador afastado Wellington Dias, então Ministro de Estado do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, possa, a partir das relações de poder, exercer influência – ainda que implícita-, para a manutenção de Flávio Morais dos Santos no Gabinete da Senadora Jussara Lima, suplente de Wellington Dias”.

A área técnica do TCU calcula ainda um potencial de R$ 632,3 mil em potencias danos aos cofres públicos em razão da possibilidade de Flávio dos Santos ser um funcionário fantasma no Senado. Ele tem um salário de R$ 6.080 reais. Antes de publicar a reportagem, o Jornal O Estado de São Paulo foi ao gabinete da senadora Jussara Lima atrás do funcionário, mas seus colegas disseram desconhecê-lo. A unidade de auditoria, no entanto, entende ser necessário aprofundar as investigações e pediu para a diretoria-Geral do Senado ser ouvida.
 
Yasmin, filha de Wellington Dias, é formada em arquitetura e urbanismo desde 2018. Depois disso, fez um curso na Escola de Negócios da Moda e abriu uma marca de skincare e beleza. Seu empregador, o deputado Chico Vigilante, disse que ela atua na área de comunicação do gabinete, gerenciando as redes sociais do parlamentar. Ela ganha pouco mais de R$ 8.700 reais por mês.

 “É louvável que a filha de um governador, eleito por quatro mandatos no estado do Piauí, desempenhando o papel público por 16 anos, se disponibilize para o trabalho e o faça com o empenho demonstrado desde que lhe foi confiado este encargo. A permanência da servidora em meu gabinete é motivo de orgulho, por sua dedicação constante e inequívoca eficiência”, argumentou Vigilante em nota à reportagem, ao negar a existência de nepotismo cruzado.”

Fonte: Portal AZ
 

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