Evandro Paturi usa tribuna da Câmara e diz que gestão do Padre Walmir está em ruínas

Ex-líder do governo na Câmara vereador rompeu com o prefeito Padre Walmir após exoneração da Secretaria de Educação

Vereador Evandro Paturi prevê problemas para a gestão municipal / Foto: José Maria Barros

Por José Maria Barros

Chateado com o tratamento dispensado a sua esposa, professora Rosilene Monteiro, exonerada no último dia 11 da Secretaria Municipal de Educação, o vereador Evandro Lima de Moraes, o Evandro Paturi (PT), usou a tribuna da Câmara Municipal de Picos para criticar a atitude do prefeito, Padre José Walmir de Lima (PT).

Ao discursar na sessão de ontem à tarde, o ex-líder do governo na Câmara, Evandro Paturi (PT), disse que a administração do prefeito Padre Walmir está em ruínas. Ele culpou pessoas próximas ao gestor pelas atitudes que ele vem tomando nos últimos dias, principalmente a exoneração de auxiliares competentes, como é o caso da ex-secretária municipal de Educação, Rosilene Monteiro.
    
O vereador disse que na última segunda-feira, 11, a população de Picos foi pega de surpresa, de rompante com a exoneração da secretária da Educação, Rosilene Monteiro. Segundo ele, na condição de vereador e líder do governo, não foi sequer comunicado da decisão do prefeito Padre Walmir.

“Veja a truculência e o despreparado dessa administração! Tudo o que fiz na minha vida foi dedicar-se ao projeto dessa administração. O prefeito hoje, José Walmir de Lima, quando era Padre, eu o acompanhei na ocasião em que anunciou ao superior o afastamento da igreja. Muito angustiado, mas fez por conta de um projeto político e estava lá, Evandro Paturi ao lado dele” – lembrou o ex-aliado.
    
Segundo o vereador, quando se é Padre a pessoa tem da igreja casa, comida, roupa lavada, transporte e salário. “Quando esse ato [de afastamento] foi assinado pelo seu superior eclesiástico, ele perdeu tudo. Voltou para a casa dos irmãos no Canto da Várzea e cadê roupa, comida, carro para andar e com um projeto político? Eu, Evandro Paturi fui pedir comida para ele, dinheiro para prosseguir com seu projeto político” – contou. 

Paturi acrescentou ainda que, para bancar esse projeto político o Padre Walmir contou com o apoio de muitas pessoas que o ajudavam toda semana com R$ 50,00 ou outro valor.

“Ele tinha 20 mil reais no bolso, foi o que lhe restou como padre e precisava comprar um carro e me procurou dizendo que não tinha crédito. E prontamente eu comprei esse carro financiado e fomos buscar com lideranças como pagá-lo. Fomos atrás de lideranças políticas no estado para que nos apoiassem nesse projeto. Em todos os passos políticos desse prefeito estava Evandro Paturi” – ressaltou o vereador.

Rompimento
    
Em entrevista coletiva após seu pronunciamento, o vereador Evandro Paturi confirmou o rompimento com o prefeito de Picos, Padre Walmir. Segundo ele, a partir daquela data os dois estavam em caminhos diferentes, porém, sem nenhuma revolta, angústia ou ódio no coração contra a pessoa do gestor.

“Esse rompimento é simplesmente pelo tratamento, a truculência, a forma de todas essas pessoas que o envolvem. Eu avisei que isso seria a sua ruína, talvez isso tenha sido o que mais o machucou. Não desejo isso, mas sabemos que na vida pública a ruína vem com os atos, vem com os aliados, vem pelo despreparo das pessoas que o cercam” – alerta Evandro Paturi.

Evandro Paturi declarou ainda que, quando um gestor perde um lastro de pessoas que possam lhe elevar como administrador ele fica vulnerável. “Eu não vou mover uma palha para a desintegração dessa administração que vocês vão vê. Administrativamente e politicamente ele [Padre Walmir] está em ruína” – concluiu.