Diretora quer transferir detenta que denunciou tortura na Penitenciária Feminina de Teresina

A defesa ressalta que a transferência é para dificultar a apuração das denúncias e calar as detentas

Detentas na Penitenciária Feminina de Picos / Foto: divulgação

A Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (DUAP) solicitou à justiça a transferência da detenta Rosilene Rodrigues do Nascimento, reclusa na Penitenciária Feminina de Teresina. Rosilene denunciou no final do mês de outubro deste ano as supostas torturas que acontecem dentro da penitenciária, na qual ela acusa a diretora da unidade, Cristiane de Praga, de ser a grande responsável por uma série de agressões contra as detentas.  A denúncia foi formalizada pelo advogado criminalista Udilisses Bonifácio. 

De acordo com o boletim de ocorrência, Rosilene diz está sendo torturada pela equipe de plantão da Penitenciária Feminina de Teresina. O pedido de transferência da detenta Rosilene Rodrigues do Nascimento foi feito através de ofício e enviado ao juiz de direito Marcus Klinger Madeira de Vasconcelos, da Vara de Execuções Penais de Teresina. 

O documento foi assinado pelo diretor da DUAP, Reginaldo Correia Moreira Filho, que pediu para a presa ser transferida para a Penitenciária Feminina de Picos com a justificativa de medida de segurança, visando resguardar a harmonia entre pessoas custodiadas na Penitenciária de Teresina.  Uma sindicância foi aberta pela DUAP para apurar as denúncias de agressão que estariam sendo cometidas pelos funcionários da penitenciária. 

Defesa diz que transferência da interna vai dificultar apuração  

Segundo o advogado Udilisses Bonifácio, que defende a detenta Rosilene Rodrigues do Nascimento, a diretora da penitenciária - Cristiane de Praga - foi quem solicitou a transferência da detenta porque ela estaria convencendo outras detentas a depor contra a administração da penitenciária. 

 "A diretora afirma que isso estaria retirando a harmonia entre as custodiadas da penitenciária feminina. Isso demonstra a incapacidade da diretora de gerir crises", disse o advogado. Udilisses disse ainda que o pedido de transferência parece que foi feito para dificultar a apuração do PAD ( Processo Administrativo Disciplinar). Calando a boca das internas que estavam dispostas a depor, disse Udilisses Bonifácio. 

"O que está parecendo é que estão querendo isolar essa interna que resolveu abrir a boca e lutar pelos seus direitos de apenada", ressaltou. O advogado criminalista. Ele destacou que em Picos sua cliente não tem parentes e não poderá receber visitas.  

"É direito do preso cumprir pena próximo de sua família, para receber assistência e também contribuir para a sua ressocialização" – ensina.

Piauí Hoje