• Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

PF faz buscas na casa do governador e no gabinete da deputada Rejane Dias

Operação mira Rejane Dias, mulher do governador, que foi secretária estadual de educação e hoje é deputada federal

Policiais federais fazem buscas na sede da Secretaria Estadual de Educação, em Teresina / Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal realizou buscas na casa do governador Wellington Dias (PT) e da primeira-dama do estado, ex-secretária estadual de educação e deputada federal, Rejane Dias (PT), na manhã desta segunda-feira (27).

O gabinete da deputada, em Brasília, também foi alvo de buscas. Esta é a terceira etapa da Operação Topique e Rejane Dias, segundo a PF, é o alvo das buscas na investigação de um suposto esquema criminoso para fraudar licitações de transporte escolar. O mandado de busca foi cumprido após autorização da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber.

Nem Wellington Dias nem o gabinete do governador em Teresina foram alvos da PF.

Operação visa a deputada federal Rejane Dias/Foto: Lucas Dias.
 

De acordo com a PF, entre os anos de 2015 e 2016, servidores da cúpula administrativa da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), na época gerida por Rejane Dias, teriam se associado a empresários do setor de locação de veículos e desviado, no mínimo, R$ 50 milhões de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE).

Além do gabinete da primeira-dama, em Brasília, foram alvos de busca empresas e a casa do irmão da deputada; e a sede da Seduc, em Teresina.

Segundo a PF, servidores públicos e empresários teriam se associado para superfaturar contratos de transporte escolar.

A Polícia Federal não esclareceu quais as suspeitas que recaem sobre o irmão de Rejane Dias.

Agentes da PF na Seduc/Foto: Polícia Federal.
 

Em nota, a Seduc declarou que está colaborando com as investigações. O G1 entrou em contato com o governador Wellington Dias, que ainda não se pronunciou. Em nota, a deputada Rejane Dias informou que "recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação" e que está à disposição para esclarecer o caso. Veja ao final da reportagem a íntegra das notas dos citados.

Nesta terceira etapa da operação, a PF apura um suposto esquema de desvios em contratos que somam R$ 96,5 milhões para a prestação do serviço de transporte escolar, que foram celebrados em 2019 e 2020, após as primeiras fases da investigação. Segundo a PF, mesmo após as primeiras fases da Operação Topique, o governo do estado continuou contratando as empresas suspeitas.

Segundo a PF, o dinheiro teria sido desviado através de pagamentos superfaturados em contratos de transporte escolar. O resultado prático, que chegava até os estudantes, era um transporte escolar sem qualidade e segurança.

Material apreendido pelos agentes da PF/Foto: Polícia Federal.
 

Outras fases da operação

Na primeira fase da Operação, em agosto de 2018, a PF cumpriu mandados na sede da Seduc e em outros 39 locais.

Na segunda fase, batizada Operação Satélite, em setembro de 2019, os policiais federais fizeram buscas no Palácio de Karnak, sede do governo estadual, e novamente na Seduc.

O que dizem os alvos

Nota da Seduc:

A Secretaria de Estado da Educação do Piauí (Seduc) informa que está colaborando plenamente com a investigação em curso da Polícia Federal e sempre se colocou à total disposição dos órgãos de controle para esclarecer quaisquer questionamentos, visando a transparência e o correto funcionamento da administração pública.

Agentes fazem buscas na sede da Secretaria Estadual de Educação, em Teresina/Foto: Polícia Federal.
 

Nota da deputada federal Rejane Dias:

A deputada federal Rejane Dias recebe com tranquilidade os desdobramentos da referida Operação, e afirma que, como desde o início, permanece à disposição para esclarecimentos a todas essas alegações.

Durante seu exercício à frente da Secretaria de Educação, a parlamentar sempre se portou em observância às Leis, tendo em vista a melhoria dos índices educacionais e a ampliação do acesso à educação dos piauienses.

Até a ultima atualização desta reportagem, o G1 ainda não havia conseguido contato com a defesa do irmão de Rejane Dias.

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