• Quinta-Feira, 28 de Março de 2024

Maioria dos deputados piauienses vota para tirar Coaf de Moro

Apenas o deputado Júlio César (PSD) votou para que o conselho permanecesse com o ministro Sérgio Moro, enquanto Assis Carvalho faltou à sessão

Deputados piaueinses que envergonham os conterrâneos / Foto: GP1

A bancada do Piauí na Câmara dos Deputados envergonhou os conterrâneos mais uma vez. Na votação desta quarta-feira, 22, oito dos dez parlamentares piauienses votaram a favor da transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para o ministério da Economia.
    
Do Piauí, votaram para retirada do Coaf das mãos do Ministro da Justiça Sérgio Moro os deputados Rejane Dias (PT), mulher do governador Wellington Dias (PT); Marina Santos (Solidariedade), Flávio Nogueira (PDT), Merlong Solano (PT), Marcos Aurélio Sampaio (MDB), Margareth Coelho (PP), Átila Lira (PSB) e Iracema Portela (PP).
    
Da bancada do Piauí na Câmara Federal apenas o deputado Júlio César (PSD) votou a favor da permanência do Coaf com Sérgio Moro. Assis Carvalho (PT) não participou da sessão de votação.

Apenas o deputado Júlio César (PSD) honrou o Piauí/Foto: José Maria Barros.
 

Votação

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 22, por 228 votos a 210, e quatro abstenções, a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para o ministério da Economia. 

A mudança foi confirmada durante a análise da medida provisória 870, que trata da organização administrativa do governo de Jair Bolsonaro, e foi patrocinada principalmente por partidos do Centrão e da oposição. O placar foi mais apertado do que os líderes do Centrão havia previsto inicialmente.

Na primeira votação, feita de forma simbólica, Maia anunciou a rejeição do requerimento que pedia para o Coaf ser mantido sob a guarda do ministro Sergio Moro. O PSL pediu então para que a votação fosse feita nominalmente, o que permite uma contagem exata dos votos.

Assim, o órgão voltará a integrar a estrutura da Economia, como era até o ano passado com o então ministério da Fazenda. A mudança já havia sido incluída no relatório da MP na comissão especial que a analisou.
Votaram pela mudança do Coaf para a Economia: PP, MDB, PTB, PT, PL (antigo PR), PSB, PRB, PDT, DEM, SDD, PSOL, PCdoB e PSC. As lideranças da maioria, da minoria e da oposição também encaminharam a votação neste sentido.

Já o PSL, Podemos, Pros, Cidadania, Novo e PV pediram a aprovação do requerimento, para que o Coaf permanecesse no ministério da Justiça e Segurança Pública. O PSD e o PSDB liberaram suas bancadas. O líder do governo na Casa, major Vitor Hugo (PSL-GO), fez uma defesa enfática no plenário da Casa pela manutenção do órgão. Ele afirmou que o Estado precisa ser mais eficiente e coerente com as pautas que elegeram Bolsonaro.

O governo defendia a permanência do Coaf na Justiça, mas deputados favoráveis à mudança argumentaram que o órgão é uma unidade de inteligência financeira que investiga crimes no sistema financeiro e, dentre outros, a lavagem de dinheiro. Já os parlamentares que queriam que ele ficasse com Sergio Moro defenderam que ele é um órgão importante para o combate à corrupção.

Principais defensores da permanência do Coaf na Justiça, deputados do PSL gravaram vídeos para as suas redes sociais durante a discussão do destaque. No momento em que o deputado Filipe Barros (PSL-PR) fazia um discurso a favor da manutenção, diversos correligionários se postaram atrás dele com celulares em punho. A atitude recebeu uma reprimenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pediu que a tribuna seja ocupada apenas por quem estiver discursando.

Os deputados também rejeitaram recriar o ministério do Trabalho e aprovaram um destaque, apresentado pelo Cidadania, para manter o ministério do Desenvolvimento Regional. No relatório apresentado na comissão especial que analisou a medida previamente, o relator, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), havia acatado o pedido para desmembrar a pasta com a recriação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional. Deputados de partidos de centro, no entanto, recuaram da proposta e decidiram aceitar a manutenção do ministério.

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