Liberada pela justiça há mais de um mês obra do Novo Hospital de Picos ainda não foi retomada
O local onde deveria ser erguido o novo hospital de referência de Picos continua abandonado e tomado pelo mato
Obras do novo hospital de Picos continuam paralisadas / Foto: José Maria Barros
Por José Maria Barros
Trinta e cinco dias após o juiz da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública, Aderson Antônio Brito Nogueira, autorizar a retomada das obras do novo hospital de Picos, nada foi feito ainda. O local onde deveria ser erguido o prédio continua abandonado e tomado pelo mato, não tem sequer, vigilância.
Na tarde de ontem, 2 de janeiro, a reportagem do Informa Picos visitou o local onde o novo hospital de referência de Picos deveria ser construído e, constatou que após a liberação da justiça para retomada da obra, nada foi feito. Nem mesmo a limpeza do terreno.
Também não existe no local nenhuma placa informando sobre a retomada da obra, qual a empresa responsável pela execução do serviço e, muito menos o prazo de conclusão. Em síntese, a construção do Novo Hospital de Picos continua paralisada.
Até mesmo a cerca instalada ao redor da obra já está completamente deteriorada, permitindo o acesso de pessoas ou animais ao seu interior. Em frente ao prédio da Policlínica, barras de ferro estão abandonadas.
Visita
Na primeira quinzena de dezembro do ano passado, o Superintendente de Assistência da Secretaria Estadual de Saúde, Alderico Tavares, visitou o local onde será construído o novo hospital de referência de Picos. Ele disse que o objetivo foi analisar com o Núcleo de Engenharia e Estrutura da Sesapi a situação do canteiro de obras para vê a necessidade de algum ajuste.
“Nós viemos avaliar a estrutura das obras como um todo, já está sendo feita a limpeza do local para verificarmos se houve qualquer dano às obras e, a partir das análises que serão registradas, será elaborado um relatório final da engenharia para que possam ser feitos reajustes junto à Caixa Econômica, para que a mesma dê autorização para o reinício dos trabalhos”, explicou Alderico Tavares.
Abandono
O local destinado à construção do novo Hospital de Referência, em Picos, fica situado às margens da BR-316, Zona Leste da cidade. A princípio, seriam investidos recursos da ordem de R$ 30 milhões, 850 mil, 175 reais e 89 centavos, que viriam do Tesouro Estadual Funsaude.
O que antes foi um canteiro de obras, hoje o que se vislumbra são apenas mato e abandono. Nem mesmo a placa com as informações sobre o projeto não existe mais.
Prevista para ser concluída em 540 dias, a obra foi iniciada em fevereiro de 2010 no final do segundo governo de Wellington Dias (PT), mas parou pouco tempo depois. Passados mais de nove anos, o serviço nunca foi retomado e o Centro Integrado de Referência Médica de Picos ficou apenas na promessa. Pelo menos por enquanto, já que as obras continuam paralisadas.
Pelo projeto apresentado à comunidade picoense, o Centro de Referência Médica de Picos seria construído integrado a Policlínica Especializada e, quando concluído se constituiria no mais moderno hospital do interior do Piauí. Passados mais de nove anos a obra continua abandonada, enquanto a Policlínica foi fechada pelo governador Wellington Dias (PT) em dezembro de 2018 e transferida em julho do ano passado para o prédio da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizado no bairro Catavento.
Enquanto o Centro de Referência Médica de Picos não sai do papel, a comunidade carente de Picos e de vários municípios da região padece em busca de atendimento no Hospital Regional Justino Luz. A unidade sofre por falta de estrutura e, também com obras de ampliação que nunca foram concluídas.
Licitação
Segundo o Diário Oficial do Estado, edição do dia 13 de janeiro de 2010, a empresa vencedora da licitação para construção do novo hospital regional de Picos, foi a Construtora Tajra Melo Ltda. Ela iniciou a obra em fevereiro do mesmo ano, tendo um prazo de execução para construção da estrutura física de 540 dias, algo em torno de 1 ano e 6 meses. No entanto, pouco tempo depois o serviço foi paralisado e assim continua até hoje.
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